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Aulas de educação sexual foram fundamentais para ajudar uma menina a denunciar o padrasto por estupro. Depois de assistir uma palestra na escola em Vila Velha, no Espírito Santo, a jovem tomou coragem para revelar a situação.

  1. O estuprador foi preso e de acordo com o delegado, Lorenzo Pazolini, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), a criança reportou o ocorrido para uma professora.

“Ela já sofria com os abusos há um tempo, mas só conseguiu falar sobre o assunto com a professora, que denunciou o caso. A vítima inicialmente foi levada a um abrigo. Depois, foi encaminhada aos cuidados de parentes próximos e o padrasto foi detido”, explicou o titular da delegacia.

Crianças e adolescentes respondem por 70% dos casos de estupro no Brasil

As aulas de educação sexual voltadas para os alunos da escola foram fundamentais para elucidar os conhecimentos sobre violências sexuais como o estupro. A conduta adotada pelos professores deu coragem para vítimas relatarem o que sofriam.

Quem ensina é papai e mamãe?

O caso do Espírito Santo vai contra os conceitos defendidos pelo movimento Escola sem Partido e o próprio presidente eleito. Jair Bolsonaro (PSL) usou as redes socais para criticar palestras e conversas sobre educação sexual em instituições de ensino e uma suposta ‘ideologia de gênero’ no Enem.

 

“Quem ensina sexo é papai e mamãe e acabou, ponto final, não precisamos discutir esse assunto”, opinou.

No caso do Escola sem Partido o buraco é mais embaixo. O movimento proíbe o professor de participar do chamado “amadurecimento sexual dos alunos”. O projeto pode ser votado na próxima quinta-feira (29), em uma comissão especial criada na Câmara dos Deputados.

O presidente eleito é um dos críticos da educação sexual nas escolas

Paula Janaína Costa é professora, psicóloga e diretora do Sindicato dos Professores do Espírito Santo (Sinpro-ES). A educadora diz que as palestras de educação sexual são imprescindíveis para o desenvolvimento dos estudantes. Ela ressalta, no entanto, que o conteúdo é formulado de acordo com a idade dos alunos.

 

“O que temos para transmitir é que a informação é necessária e muda de acordo com cada idade. Afinal, sexualidade para a criança e o adolescente é diferente do que é pensado para adultos. Levamos a informação para os alunos menores de que eles não podem deixar pessoas tocarem de certas maneiras em suas partes íntimas, mostramos o que é algo abusivo e que está fora de contexto e padrão. Fazemos alertas para que elas consigam identificar que algo não está certo. É fazer com que elas não se sintam vulneráveis em um ambiente opressor”, declarou ao G1

Ela completa dizendo que os professores precisam ficar de olho nas mudanças de comportamento dos estudantes.

Educadores enxergam a educação sexual como ferramenta de prevenção de estupro

No Brasil, 70% das vítimas de estupro são crianças e adolescentes. De acordo com levantamento feito pelo Ipea, com base nos dados do Sistema de Informações de Agravo de Notificação do Ministério da Saúde (Sinan), em metade das ocorrências existe um histórico de abusos anteriores.

As consequências acertam em cheio o psicológico de meninos e meninas, que têm o processo de formação da autoestima comprometido, resultando no aumento de problemas de relacionamento e de chances de suicídio.

Abuso infantil é crime e deve ser reportado ao disque 100. O serviço do Disque Denúncia Nacional de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes é coordenado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. O serviço funciona todos os dias, das 8h às 22h. A identidade do denunciante é mantida em sigilo.