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É uma nova era no Brasil:menino veste azul e menina veste rosa”, disse recentemente a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, a pastora Damares Alves. Mas de onde veio essa tradição de categorizar gênero – principalmente entre bebês e crianças – através das duas cores?

Uma origem exata é difícil de definir. Segundo a historiadora da Universidade de Maryland, Jo B. Paoletti, autora do livro Pink and Blue: Telling the Girls From the Boys in America (“Rosa e Azul: diferenciando meninas de meninos nos EUA”), as cores não tinham nada a ver com gênero ea regra, por muito tempo, era o branco. A razão: tintura de tecido, até o fim do século 19, era algo muito caro. Além disso, era mais fácil limpar roupas e fraldas de bebês com alvejante, o que acabaria com qualquer tintura de tecido.

Poaletti, em sua pesquisa, chegou à conclusão que definição de gênero por cor é algo relativamente recente. A ideia só começou a aparecer no início do século 20. No entanto, na época, era o contrário da atual: meninos de rosa e meninas de azul. Na época, o rosa era considerado um tom mais forte e por isso, mais adequados para os bebês do sexo masculino. O azul, mais delicado, era para as garotas.

Desde quando cor é significador de gênero? (Foto: Getty)

Segundo a pesquisa de Paoletti, a regra atual é fruto do marketing de massa pós-Primeira e Segunda Guerra quando as confecções e lojas de departamento começaram produzir produtos distintos em azul e rosa para cada gênero como uma estratégia para aumentar vendas. A transição foi acontecendo de forma gradual, até explodir nos anos 80, quando os exames pré-natais começaram a definir o gênero dos bebês antes do nascimento – e os pais, podiam, finalmente, decorar o quarto da criança de acordo. Foi nessa época em que as lojas de departamento americanas consolidaram a regra do rosa para meninas e azul para meninos.

Eva Heller, autora do livro A Psicologia das Cores, afirma na obra que não há razões genéticas, biológicas ou ancestrais que corroborem com a distinção de cores para gênero – as crianças são mais atraídas por cores intensas como vermelho e azul. Em entrevista sobre o assunto à revista SuperInteressante, a psicanalista Fani Hisgail cravou: “A afinidade com alguma cor não determina personalidade ou sexualidade”. Ou seja, essa tradição de usar cor como significador para gênero é tudo coisa da nossa cabeça (e muito marketing também).

SAIU NO SITE MARIE CLAIRE

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