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Prestes a completar 57 anos, a ex-modelo está cursando serviço social; ela fala sobre seu novo momento, após a denúncia de agressão contra o ex-companheiro

 

 

Na sexta (24), Luiza Brunet completa 57 anos. A ex-modelo e empresária ainda não decidiu se haverá festa e se estará em seu apartamento nos Jardins ou em outro lugar do mundo. Mas já tem um compromisso marcado. Às 19h30, ligará o computador e assistirá a uma aula da faculdade de serviço social, curso on-line da Unicesumar, do qual participa desde o último dia 10. “Não tive chance de me graduar na juventude, e agora chegou meu momento”, diz Luiza. A seguir, ela fala sobre a nova fase.

Por que fazer faculdade agora?

Tenho circulado muito no meio de mulheres que trabalham em prol de causas como enfrentamento da violência doméstica. No ano passado, conheci a Erika Mota Santana, professora e ativista. Ela me apresentou essa faculdade on-line. Por causa das minhas viagens, é perfeita.

E por que serviço social?

 

Em razão da violência que sofri (em 2016, ela denunciou uma agressão do então companheiro, o empresário Lírio Parisotto), tenho apoiado muitas mulheres que também são agredidas. Busco um embasamento para mudar pessoas (ela chora).

Você ficou emocionada… O que passa pela sua cabeça?

Tem uma frase do filósofo Jean-Paul Sartre: “Não importa o que a vida faz com a gente. O importante é o que a gente faz com a vida”. Recebemos oportunidades que muitas vezes passam despercebidas. A gente não pode se vitimizar o tempo todo. Com o episódio, descobri que tenho voz. Antes, eu era a porta-voz de beleza, dos filhos… Agora, eu me sinto um ser humano mais qualificado.

 

Sua história vai virar filme.

Sim! Vai ser uma superprodução — acho que de 10 milhões de reais —, escrita e dirigida pela Carolina Kotscho, que fez 2 Filhos de Francisco, que amo muito. O roteiro está sendo finalizado e deve ser lançado no ano que vem, primeiro nos cinemas e, depois, como minissérie da Globo. Estão procurando uma atriz desconhecida para me interpretar.

Qual será o futuro dessa história?

Sou uma mulher batalhadora e otimista. Por um lado, a violência doméstica no Brasil é um horror e nossa sociedade está polarizada. Mas trabalho em prol da sociedade, independentemente de partido político. Por exemplo, fui convidada pela Damares (Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos) para fazer um vídeo sobre automutilação e suicídio. Topei. Por que não faria? Sobre minha vida pessoal, há três anos sigo solteira. Não por medo, mas por ter outras prioridades. Depois dos 50 anos, encontrei minha missão na vida, e isso é maravilhoso!

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 22 de maio de 2019, edição nº 2635.

FONTE: VEJA SP