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A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu, nesta quarta-feira (1), Leonardo Pimentel, suspeito de estuprar mulheres em seu consultório. Segundo as vítimas, o homem se passava por médico esteticista, drogava as clientes e abusava sexualmente delas na falsa clínica médica, que funcionava na Abolição, bairro da Zona Norte do Rio.

Segundo Alessandro Petralanda, delegado titular da 24ª DP (Piedade), ao ser preso, Leonardo colocou a culpa nas vítimas e teria dito: “Essas mulheres jogam sujo”.

“Quando ele ficou sabendo da voz de prisão pelo crime de estupro de vulnerável, ele fez um comentário muito infeliz, dizendo que ‘essas mulheres jogam sujo’, nitidamente adotando a tese de defesa de todo abusador sexual que é tentar desqualificar o depoimento das vítimas”, explicou o delegado.

Oferta de procedimentos baratos

Segundo as vítimas, o procedimento do falso médico era sempre o mesmo. Ele abordava mulheres na rua, se apresentando como médico esteticista e oferecia procedimentos estéticos por preços bem baratos. Ao levar a paciente para o consultório, ele injetava drogas com o poder de dopar as vítimas.

“Eu tenho uma cicatriz aqui um pouquinho escura e ele veio prometendo que iria clarear isso. Aí fez as massagens, bem invasivas, colocava a mão dentro mesmo, por dentro do biquini”, contou uma das vítimas.

Leonardo Pimentel foi preso nesta quarta-feira (1) acusado de estupro — Foto: Reprodução TV Globo

Leonardo Pimentel foi preso nesta quarta-feira (1) acusado de estupro — Foto: Reprodução TV Globo

Segundo relatos, as mulheres lembravam do que estava acontecendo, mas não conseguiam oferecer resistência ao agressor.

“Ele aplicou uma anestesia no rosto. Na bunda, assim, ele aplicou várias injeções. Agora se era anestesia ou não, eu não sei. Eu sei que eu não consegui ter reação nenhuma. Saí de lá muito nervosa, sem conseguir tomar uma atitude. Cheguei em casa, acho que eu tomei uns três, quatro banhos”, contou outra vítima.

Uma das mulheres contou como foi a conversa dentro do consultório. Ela disse que o falso médico pediu para que ela tirasse a calcinha pra fazer uma massagem.

“Ele aplicou (uma injeção) e começou a massagear lá com o dedo, ficou um tempo e aí falou: ‘agora você vira’. Eu estava com a calcinha assim e ele falou: ‘Não. tem que tirar a calcinha’. Eu fui e tirei. Ele: ‘agora vira de costas e empina o bumbum’, contou.

Segundo a polícia, em pelo menos uma das vítimas ele teria injetado uma substância proibida para uso em humanos, o que pôs a vida dela em risco.

“Fiquei internada sete dias. Os médicos falaram que o meu caso foi muito sério”, disse uma das vítimas.

Investigação

Foram as denúncias dessas três mulheres que levaram a polícia à Leonardo Pimentel. Aos policiais, ele se apresentou como massoterapeuta.

Já nas redes sociais, Leonardo oferecia serviços estéticos de botox e preenchimentos. Ele exibia aos 12 mil seguidores os corpos de mulheres supostamente tratadas por ele.

Nas redes sociais, Leonardo oferecia serviços estéticos — Foto: Reprodução TV Globo

Nas redes sociais, Leonardo oferecia serviços estéticos — Foto: Reprodução TV Globo

Na clínica, os policiais recolheram várias substâncias injetáveis, remédios, cilindros e seringas. Segundo a polícia, ele não tem autorização pra fazer esses procedimentos.

As investigações vão continuar e os policiais suspeitam que, antes dos preenchimentos, Leonardo injetava uma substância anestésica e que deixava as mulheres sem reação.

“Todas as vítimas afirmaram que ele aplicava injeções e não dizia que injeção era, nem qual substância estava aplicando. Essas injeções deixavam que as vitimas ficassem entorpecidas, podendo perceber tudo que estava acontecendo, mas elas não apagavam, não dormiam. Mas também não conseguiram oferecer resistência às investidas sexuais”, contou o delegado.

Defesa tenta desqualificar as vítimas

Segundo Felipe Souza, advogado de defesa, Leonardo fazia apenas massagens. Ele disse ainda que as mulheres que fizeram as acusações estão mentindo e combinaram os depoimentos.

“As três se conhecem e estão acusando ele de estupro. Estupro de vulnerável. Mas o laudo médico não tem nada apontando isso. A princípio foi desentendimento, coisa pessoal, e elas resolveram fazer essa denúncia contra ele. O discurso das três tá ensaiado”, disse Felipe Souza.