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Para sair do círculo de violência, é importante a rede social (família e amigos), além de ações no estado e na sociedade. Especialistas explicam.

Por Gabriela Jardim

Apesar dessa dura realidade, poucas vítimas denunciam o agressor, porquê? O que fazer? Uma mulher agredida, física ou psicologicamente, tem baixa autoestima, é insegura, dependente, sente-se culpada, nega a sua situação e justifica o comportamento do seu agressor. Ela torna-se uma potencial vítima de feminicídio.

“Os agredidos, na maioria das vezes, não denunciam violência e menos vão a hospitais. Elas escondem o agressor, até mesmo os justificam. A violência contra as mulheres está a aumentar”, diz Lilian Sousa, psiquiatra.

O que podemos fazer para uma mulher denunciar?

Luci Alves, psicóloga da Clínica, destaca a importância de conquistar a confiança da vítima e ser o seu apoio. “Podemos alcançá-lo com frases como “não está sozinho “,” eu entendo “,” eu vou ajudá-lo. “A rede social é muito importante, ou seja, a família e os amigos mais próximos”.

Segundo a especialista, um agressor cria uma dependência emocional dela, atacando a sua auto-estima e fazendo-a sentir-se incapaz de ter poder sobre ela. “Ela sente que precisa do parceiro, então ele bate, maltrata, humilha, porque só ela não é capaz de fazer nada. É um mecanismo usado pela pessoa que maltrata a mulher.”

Se uma pessoa percebe que tende a ser muito dependente da outra; Deve parar e verificar as suas emoções, pois está a receber um falso sinal para abordar pessoas que não são boas.

“Elas devem estar atentas a sinais como sentimentos de culpa, arrependimento, sentimentos de não tolerar a solidão, angústia de abandono, sensação de serem dominados e raiva no casal. E devem procurar ajuda profissional”, diz a psiquiatra.

Controlo e poder

Muitos se perguntam por que algumas mulheres não escapam à violência abusiva, mas não percebemos que nem tudo está nas suas mãos. “Devemos levar em conta quais os recursos que existem e o que podemos fazer para facilitar que elas não estejam nessas situações. A longo prazo, o mais importante é desconectar a violência da masculinidade. Políticas públicas, leis, comunicação com os pais e mães. O diálogo é importante para trocar ideias”, comenta Alves.

Frequentemente, a sociedade é cúmplice e até cega, há um discurso duplo. O diálogo, o treino e a conscientização sobre a violência de género devem ser de todos os níveis. “Violação, incesto, feminicídio e violência homofóbica, porque se focarmos apenas num tipo de violência, os outros continuarão”, conclui.

 

Como evitar criar futuros agressores ou vítimas?

Em muitos casos, a violência contra as mulheres ocorre na presença de crianças e, dado que o abuso é aprendido, é importante reagir a tempo. A psicóloga Raquel Bastos enfatiza que as crianças não devem ser superprotegidas e também nos aconselha: “Se ocorreu uma situação de violência, converse e deixe bem claro que esse comportamento não é o mais adequado, leve-a a um especialista e se não houver essa possibilidade, permita que os filhos, através dos seus desenhos e jogos (ferramenta terapêutica), canalizem o que estão a viver.”

 

Fonte: Zarllor