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Atendimento psicológico promove o autocuidado a mulheres da quebrada

Com reportagem de Hysabella Conrado, especial para o Blog MULHERIAS

Fazer terapia pode ser um tratamento distante para muitas mulheres em São Paulo, sobretudo para as que moram longe dos grandes centros. O cotidiano de jornadas duplas de trabalho, longos períodos no transporte público e ainda uma rotina de estudos pode tornar inimaginável um tempinho na semana para cuidarem de si mesmas e pensar em suas questões íntimas. E ainda existe a questão do custo que, sim, pesa muito na decisão de buscar auxílio profissional.

Diante disso, o Blog MULHERIAS traz uma seleção de serviços terapêuticos com profissionais que estão atentos às essas peculiaridades. Tem musicoterapia no extremo Sul da cidade, roda de terapeutas focada em mulheres negras que está prestes a retomar as atividades nas quatro as regiões da metrópole e, ainda, faculdades de psicologia da Zona Leste que oferecem acompanhamento psicológico para os moradores da região em que estão localizadas. Ter um momento seu, só para você, é uma questão de saúde.

MUSICOTERAPIA EM GRUPO

Além da dificuldade do acesso, muitas vezes há o embaraço da quebra do silêncio em grupos de terapia. No extremo sul de São Paulo, o Coletivo MT trabalha com essa questão por meio da música. Há três anos o grupo oferece musicoterapia para mulheres no Centro de Cidadania da Mulher da Capela do Socorro, no Grajaú.

O projeto foi idealizado em 2016 por Waleska Tigre, moradora periférica da Zona Sul e que na época fazia faculdade de Musicoterapia. “A ideia inicial foi usar as técnicas apenas para mulheres vítimas de violência mas diante da dificuldade de algumas contarem suas histórias, o coletivo abriu o grupo de musicoterapia para toda e qualquer interessada maior de 18 anos”, lembra Waleska.

“Nessa modalidade de terapia, os conteúdos podem ser expressados e trabalhados sem que as mulheres precisem expor verbalmente o que elas estão sentindo”, explica Daniel Santana, um dos quatro musicoterapeutas que compõem o coletivo. De acordo com o especialista, a partir de recursos sonoros como instrumentos musicais ou sons corporais é possível identificar pontos de tensão que podem estar ligados à violência doméstica ou à depressão.

No primeiro encontro, é realizada atividade para as mulheres percebem melhor o próprio corpo e a sonorização que ele produz. Neste momento, elas são convidadas aos exercício de respiração, automassagem e a notar os sons o corpo faz a partir da fala ou percussão na própria perna ou no tórax. “As técnicas permitem notar a evolução do processo terapêutico a partir da interação com o grupo e exploração dos instrumentos”, conta Daniel (ao centro). Da esquerda pra direita, as outras integrantes: Verónica Lelis, Waleska Tigre e Estela Cândido. (Foto: Edson Fell/Divulgação)

A musicoterapeuta Estela Cândido esclarece que o com o passar do tempo, as mulheres  percebem que aquele é um momento especial dedicado à reflexão sobre questões de saúde emocional, autocuidado e intimidade. Os principais incômodos levados pelas mulheres estão relacionados à violências físicas e morais, a relacionamentos abusivos e a queixa pela falta de tempo para si.

“Moramos nessa região, frequentamos os mesmos equipamentos públicos e sabemos das dificuldades. Em algumas situações, é como se houvesse um espelho diante de nós, do coletivo, que diz: essa pessoa, o que ela vive é uma coisa muito subjetiva, mas demonstra um recorte histórico, contextual e político que é nosso”, diz Estela.

Como participar:
Coletivo MT atende no Centro de Cidadania da Mulher da Capela do Socorro. Os encontros acontecem toda segunda-feira, das 10h30 às 11h30 e é gratuito. Para integrar o grupo, basta um cadastro com dados básicos. Não há limite de encontros.
Endereço: Rua Professor Oscar Barreto Filho, 350, Grajaú
Contato: (11) 5927-3102 / 5929-9334

 

FONTE: UNIVERSA