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Ruas pintadas, bolão com a família, churrasco com os amigos e clima de festa. Essas costumam ser algumas das principais reações do povo brasileiro em ano de Copa do Mundo. Mas o clima não costuma ser o mesmo quando o assunto é futebol feminino. A menos de um mês para o Mundial, que acontece entre 7 de junho e 7 de julho na França, fica clara a diferença de tratamento para o evento por parte de empresas e público em geral.

Com a confirmação da transmissão das partidas, empresas começam a se preparar para os jogos do Brasil, assim como costumam fazer no futebol masculino. De olho nesse movimento, Época NEGÓCIOSfalou com marcas que pretendem realizar ações durante o mundial, permitindo aos funcionários que assistam as partidas em ambientes exclusivos, ou até mesmo liberando a equipe durante os jogos.

Eduardo Fonseca, diretor de assuntos institucionais do Grupo Boticário (Foto: Divugação)

É o caso do Grupo Boticário, que vai repetir a operação realizada no ano passado durante a Copa do Mundo de futebol masculino, disputada na Rússia. Na oportunidade, a empresa criou dois formatos, um para os escritórios e outro para as fábricas e centros de distribuição.

Nas fábricas e nos CDs, as atividades serão paralisadas durante os jogos, permitindo que funcionários assistam as partidas em uma infraestrutura oferecida pela própria empresa. Após o término, eles devem voltar ao trabalho. Já nos escritórios, o modelo varia de acordo com os horários. Se o jogo for no período da tarde, por exemplo, o funcionário trabalha durante a manhã e depois está liberado para assistir a partida em casa. Caso seja de manhã, o funcionário pode entrar depois do almoço.

Andressinha, Cristiane e Fabi Simões, jogadoras da seleção brasileira em ação da Guaraná Antarctica (Foto: Divugação)

“Depende muito dos horários. Vamos analisar jogo a jogo”, diz Eduardo Fonseca, diretor de assuntos institucionais do Grupo Boticário. Segundo o executivo, a ação é fruto do investimento em diversidade realizado pela empresa ao longo do tempo. “Durante a Copa do Mundo masculina, adotamos essa prática. Como diversidade faz parte da nossa missão, é natural implantarmos o mesmo processo na competição feminina.”

Guaraná Antarctica, da Ambev, patrocinadora da Seleção Brasileira há 18 anos, também preparou uma ação especial para o Mundial. Em nova propaganda, a marca faz um “mea culpa”, assumindo que convidou poucas esportistas mulheres para seus anúncios. Depois, convoca as empresas a mudarem, incentivando a contratação de jogadoras para as campanhas. Durante a Copa do Mundo, a Ambev afirmou que pretende transmitir os jogos em telões nas áreas comuns dos escritórios, com disponibilização de comida e bebida para os funcionários.

A mascote da Copa do Mundo Ettie, em visita ao escritório da Visa no Brasil (Foto: Divugação)

No escritório da Heineken, em São Paulo, não haverá paralisação. Mesmo assim, a marca transmitirá os jogos em um espaço chamado “Bar e Cia.”, reservado para os funcionários. Em nota, a empresa afirmou que os funcionários poderão “trabalhar de lá enquanto assistem aos jogos”.

Visa, uma das patrocinadoras oficiais do mundial, também contará com ações especiais nos dias de jogos. A empresa terá decoração temática nos seus escritórios e festas durante as partidas da seleção brasileira. Rodrigo Bochicchio, diretor de marketing da Visa, diz que este é maior investimento já feito pela empresa no futebol feminino. “A Visa está celebrando o patrocínio e quer incentivar os funcionários a torcer juntos”, diz.

Uma revolução em quatro anos

Renata Mendonça, jornalista e cofundadora do grupo Dibradoras, iniciativa de apoio às mulheres no esporte, afirma que a situação mudou de maneira considerável desde a edição de 2015, realizada no Canadá. “É muito legal ver transmissão dos jogos em televisão aberta e marcas se mobilizando. É simbólico. Em apenas quatro anos, aconteceram mudanças muito grandes”, diz.

Roberta Cardoso e Renata Mendonça, do Dibradoras, grupo de apoio às mulheres no esporte (Foto: Divulgação/Iago Batista/Seppia Conteúdo)

A jornalista viu a evolução de perto. Seu grupo foi fundado exatamente há quatro anos, durante o Mundial do Canadá. A ideia, na época, era criar um grupo no Facebook para mulheres discutirem futebol feminino. O projeto cresceu, virou podcast, blog e agora tem diversas iniciativas espalhadas pelo país, focadas no papel da mulher no esporte – atletas, árbitras, técnicas e comunicadoras. “Nosso objetivo é inspirar as meninas para que elas vejam o esporte como espaço delas”, afirma Renata.

Ela vê com entusiasmo as ações das empresas durante o mundial. “As marcas estão pressionando para que haja mais atenção ao futebol feminino, porque sabem que o público pede a presença das mulheres no esporte. É importante para criar uma cultura no país em que as jogadoras sejam valorizadas.”

Fonte: Epoca Negócios