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Já passou da hora de a Academia de Hollywood se retratar com Glenn Close. Da sua geração, ela é a mais injustiçada: nunca ganhou um Oscar, apesar das seis indicações que recebeu. Depois de ver adversárias como Meryl Streep e Cher arrebatando a estatueta, Glenn provavelmente terá mais uma chance com A Esposa, dirigido por Björn Runge, que estreia em 10 de janeiro e pelo qual ela foi indicada ao Globo de Ouro de melhor atriz em drama – a premiação, que ocorre neste domingo, dia 6, é um termômetro para o Oscar (24/2). Na pele de Joan, uma mulher que se anulou para apoiar a carreira do marido, Joe, um escritor vencedor do prêmio Nobel de literatura, sua atuação é dolorosamente silenciosa. Mas nem por isso desperta pena no espectador – um caminho fácil demais para uma atriz do calibre de Glenn. O que vemos é um “tour de force”, em que anos e anos de submissão (até certo ponto voluntária) culminarão com uma explosão de ressentimentos.

“É raro vermos uma história de tamanha densidade nas mãos de uma atriz da minha idade”, conta Glenn, aos 71 anos e com mais de 50 filmes na bagagem. “A primeira coisa que precisei me perguntar foi como Joan conseguiu ficar tanto tempo com o marido. Sabia que toda mulher da plateia questionaria o mesmo”, afirma a atriz, referindo-se à escolha da protagonista de deixar que a sua genialidade como escritora fosse sufocada pelo talento medíocre do parceiro. Ele, para piorar, ainda leva todos os créditos. “No processo de construção da personagem, descobri que há sempre uma cumplicidade nessas relações, por mais destrutivas que sejam.”

Seu “cúmplice” nessa empreitada é o ator inglês Jonathan Pryce, com quem Glenn contracena pela primeira vez. “Jonathan tem a coragem de não pedir a compreensão do espectador por tudo o que o seu personagem narcisista faz.” Curiosamente, vários atores americanos de renome, da mesma faixa etária da atriz, foram convidados para dividir a cena com ela. “Mas nenhum deles aceitou. Imagino que não se sentiriam à vontade em um filme chamado A Esposa, em que, obviamente, sua função seria dar suporte ao meu papel”, lembra, rindo.
Em uma das principais cenas, o marido pergunta se a mulher ainda o ama. Como ela responde afirmativamente, ele questiona: “Como posso acreditar, sabendo que você é capaz de mentir tão bem?”. “O arranjo de trabalho feito pelo casal tem repercussões desastrosas na vida afetiva. Por não ter talento, o marido não se sente merecedor do amor de Joan, o que acaba dando mais profundidade ao drama que vivem”, diz Glenn.

Pela dinâmica que estabelece com a atriz nas telas, Pryce também promete ser lembrado, como coadjuvante, no Oscar – cujas indicações serão anunciadas em 22 de janeiro. As bolsas de apostas já destacam Lady Gaga (por Nasce Uma Estrela) e Olivia Colman (por A Favorita) como duas possíveis rivais de Glenn na briga pela estatueta de melhor atriz.
“Prefiro não falar de Oscar”, afirma Glenn, que, em 2012, perdeu o troféu para Meryl Streep, por A Dama de Ferro, quando ela concorria por Albert Nobbs. Antes disso, Jodie Foster e Cher estragaram o sonho de Glenn. “Nem tudo precisa ser medido por prêmios. Já me satisfaço com a chance de desempenhar um papel tão suculento quanto o de A Esposa. Gostem ou não, as atrizes da minha geração estão do ápice de seu poder”, diz, abrindo um sorriso.

 

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